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Caros Amigos,
Eu, que me tinha por parcimonioso nas mensagens e comentários que mandava por esta via ao Tim (Bacalhau), pareço agora um verdadeiro político, sempre a aparecer e a mandar bitaites. E por muito que tal nova atitude esteja desenquadrada da postura que antes adoptei, ela justifica-se essencialmente por três razões: pelo entusiasmo e alegria que uma meia dúzia de bons voos que já fiz este Verão me trouxeram, pela comparação com a vossa actividade de escrita para o Tim mas, principalmente, com a vossa actividade no ar, ambas francamente abaixo daquilo a que os quase trinta anos de voo em asa delta e dois de leitura do Tim me habituaram, e, last but not least, porque agora temos um lugar, sempre o mesmo, onde podemos voar se a condição estiver voável, independentemente da direcção do vento.
Não, não vou voltar a fazer a apologia de CB, para onde a previsão era, no Sábado, de chuva a partir da tarde. Vou apenas dizer que a condição parecia voável, com vento de mais de 12 km de E e céu irregular, que começou pelo meio dia a ficar com aquele aspecto clássico e lindo de cúmulos de base recta por todo o lado, com o vento a fraquejar um pouco.
Pensámos que ía ser um dia clássico de CB.
Fiz dois voos e o mais que consegui foi ganhar 200 m no segundo, tendo deixado a térmica que apanhei porque subia pouco e derivava muito. O João Ramos fez três voos e também não conseguiu nada de jeito. Entretanto o Paulo e o aluno iam voando e aterrando, umas a seguir às outras, intercaladas nas nossas (do João e minhas) descolagens e aterragens. O JJ Reb não estava com muita pica, apesar do céu promissor, e os nossos desaires menos lha criaram; ficou a ajudar e a rebocar-nos.
Á minha terceira tentativa, puxado pelo aluno do Paulo, que experimentou ontem pela primeira vez conduzir o carro, larguei-me no meio de um zerinho de altos e baixos. Pensei que tinha de fazer melhor que antes e passei cinco minutos a batalhar, sem conseguir subir mas também sem descer irremediavelmente, a tentar perceber se era ou não era. E era. Pimeiro um par de voltas tímidas a derivar bastante mas, subitamente, um nucleozaço suave que, em 36 voltas (contei-as no XCPortugal) e a quase 4 m/s FIXO (!!), me levou, quase sem derivar, até aos 2600 m. Nessa altura o Vento sugeriu, pelo rádio, que eu me fosse embora. Bem mandado, segui-lhe o conselho. Para Norte, apesar do vento E / SE, porque na direcção do vento é só montes, vales e árvores. Fui na direcção da Gardunha, pensando que haveria sustentação na concha da serra, virada a SE. Mas não. A partir da Gardunha estava tudo tapado para Norte com nuvens a desfazer-se, só voltando a abrir depois da Covilhã, meu goal não declarado. Não fui mais longe, aterrando meia dúzia de km depois do Fundão, num total de 36 km. O JJ Reb apareceu um quarto de hora depois de eu ter acabado de desmontar a asa, guiado pelo GPS do carro, onde inscreveu as coordenadas da minha aterragem.
Mixiruquinha. Sim. 36 km é para meninas. Mas conseguir, no terceiro voo de um dia do fim de Setembro - tudo com a mesma montagem e sem desmontar ! - um ganho de altitude de mais de 2300 m sobre a descolagem, sempre na mesma térmica, estar duas vezes gelado dentro do branquinho da nuvem e curtir que nem um preto durante mais de uma hora de voo digno desse nome... É um luxo.
Sábado, mesmo que a previsão diga que chove, lá estarei.
E esta, para terminar, já começa a ser "do costume", mas não é graxa ao contrário do que o Carlos pensa: obrigado Vento, Paulo (e, ontem, JJ Reb) e Sobrevoar, à conta de quem já enchi, este ano e espero que por muitos mais dos vindouros, a barriguinha de voos à maneira. Sem vocês ontem, com previsão de E / SE, eu não teria voado.
Começo a desconfiar que o resto da maralha já não gosta de voar...
Abraços, mesmo assim, do
Ricardo Marques da Costa.

PortugalRicardo Marques da Costa @ 2008-10-09 19:10:31 GMT Linguagem Traduzir   
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